Brenda Ligia-Cinema,TV,Teatro

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Brenda Ligia é atriz, mestre de cerimônias, diretora, apresentadora e locutora trilíngue (inglês/francês). Como atriz, atuou em 15 longas, 12 séries de TV, dezenas de curtas e espetáculos. Prêmios/ ATRIZ -Prêmio de melhor atriz no Brazil New Visions Film Fest (2023) -Prêmio de melhor atriz no Festival Riba Cine RJ (2022) -Prêmio de melhor atriz no Festival CinePE (2017) Prêmios / Diretora: -Prêmio Diáspora no Silicon Valley African Film Festival (USA, 2020) pelo seu curta Contraste, lançado pela MídiaNINJA -Prêmio Empathy no Essential Stories Project USA (2020) pelo seu documentário Ilê -Prêmio Especial no Cine PE (2014) pelo seu documentário Rabutaia CINEMA Cidade; Campo (Berlinale) 2024, Amado (Globoplay, Telecine) Sangue Azul (Netflix), Bruna Surfistinha (Netlix), etc. TV Séries Além do Guarda-roupa (HBO Max), Assédio (TV Globo, GloboPlay), Sob Pressão (Globo), A mulher do prefeito (Globo), etc. MC Brenda Ligia está na lista das 10 melhores mestres de cerimônias do Brasil, via Super SIPAT. Contato: atendimento@castinglab.com.br

26 de maio de 2010

Deborah Secco

"Deborah Secco é clicada resolvendo coisas do dia a dia" - essa é a manchete de ontem, num site popular que fracassa piamente ao tentar abordar a rotina da celebridade-delícia.

Além do conteúdo NULO da "notícia" do site Terra (francamente...), o desserviço prestado ainda nos brinda com um erro de português dos mais grotescos: sob a foto, a legenda dedura o amadorismo jornalístico. "Deborah passou na academia e REVEU amigos".

(Como assim, gente, REVEU!) - copiei e colei o absurdo logo acima para que meu post não perca a ilustração, caso alguém do site Terra se preste a corrigir a cagada de conjugação verbal. Ui, vergonha alheia!

Pra fechar com chave de ouro, o infeliz (ir)responsável por aquele texto medíocre encerra a palhaçada com a seguinte revelação: "a atriz foi a um aniversário e, antes de ir embora, despediu-se das amigas".

Ora vejam, que exótica essa Deborah Secco! Que ousada, pois despediu-se das amigas! E o mais surreal: o fez ANTES de ir embora da festa de aniversário! Tô bege... ou melhor, AFRO-bege.

*Acima, foto com Dedé amiga-estrela, que veio a São Paulo esse fim de semana para rever os amigos de trabalho (saudade!).
*Quem a conhece sabe o quanto é especial, linda por fora e MA-RA-VI-LHO-SA POR DENTRO.
*Em breve, a amada moçoila donzela estreia peça de teatro em Recife. OBA, claro que vou prestigiar.
*Isto abaixo se chama FOTO DE AMOR. Pronto.

PS.: Vou mandar meu currículo (de comunicadora) pro Terra, oferecendo elaborados textos nos seguintes moldes (exemplo):
Em SP, Deborah Secco reencontrou amigos de filmagem. Tomou 1.200ml de Coca Zero com gelo e piscou os olhos um tanto de vezes para lubrificá-los. Como de costume, despediu-se de todos antes de partir. Na saída, a atriz espirrou. Alguém disse "saúde" e ela respondeu "obrigada". Fonte: confiável. Aff!

Amo teatro!

Pra quem não foi ao teatro assistir minha peça, segue uma palhinha.
Link do video: http://www.youtube.com/watch?v=nXD0lU61E1c

Electra


Tempos que não voltam mais...

21 de maio de 2010

Quando o alívio vira vergonha

Numa manhã de sexta-feira chuvosa, a saltitante moçoila (que NÃO se chamava Brenda Ligia, obviamente, pois trata-se de uma estória fictícia) resolveu dar uma recauchutada no visual, num salão de cabeleireiros qualquer. Nos cabelos, tonalizante castanho escuro; nas cutículas, uma camada de Toque de Ira com Santa Gula; na alma, a vontade de embonecar-se toda.

Ali sentada na cadeira de beleza, com um profissional a seus pés e outro à cabeça, a moça sentiu, de repente, um arrepio da cabeça aos pés. Não era beliscão no bife do dedão nem fisgão no couro cabeludo: era vontade de fazer coco. "Pronto, só faltava essa", pensou a cliente.

-Emerson, preciso ir ao toalete - cochichou ao cabeleireiro, pois este estava mais próximo do orifício pelo qual se cochicha, em relação à manicure.

Foi ao banheiro, então. Forrou. ALÍVIO! Pensou. Se tem algo que as mulheres invejam nos homens (generalizando, é claro) é a capacidade que eles tem de deixar o intestino livre, leve e solto para funcionar normalmente, mesmo quando estão viajando, com a vida desregrada, em ambiente desconhecido... a mulherada trava por dias; a homarada nem tchum!

Por isso ela se encontrava ali, reflexiva e solitária naquele troninho de porcelanato azul bebê, num salão de beleza xis. Esperara três dias por aquele momento profundo, de resgate. Sentia-se íntegra, límpida, leve, solta... sorriu. Limpou. Olhou. Deu descarga. Olhou.

Deu descarga... deu descarga. Olhou. E deu descarga.

Que merda!!! Amaldiçoou todas as descargas molengas e insossas da face da Terra, que só fazem o redemoinho girar e não cumprem seu papel em relação à carga. Nada ecológicas, gastam água à tôa e não resolvem bosta nenhuma.

Olhou. Deu descarga. Olhou. Suspirou, lavando as mãos. Abriu a porta e viu manicure e cabeleireiro a postos, em inércia. Hesitou. Chamou com a mão esquerda enquanto a direita dava descarga. Tudo girava lá dentro. Pediu um balde e fez questão de fazer o serviço sujo, enquanto pensava no alívio que virou vergonha.

18 de maio de 2010

Marcos Cesana (1966 - 2010)

"Nossa vida é como uma comédia:
ninguém repara se foi longa, e sim se foi bem representada." Sêneca

Marcos Cesana e Brenda Ligia, na Praça Roosevelt, direto do túnel do tempo...


"Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
(...)
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Dura caminhada
Pela estrada escura...
(...)
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
(...)
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão"

MARCOS CESANA - click para ver o quadro "CESANA RESPONDE", brincadeira do amigo diretor da série 9mm - LINK http://michaelruman.com/blog/?p=270
(CESANA DESCANSA EM PAZ E DEIXA SAUDADE)

13 de maio de 2010

13 de maio

Hora do recreio: toca o sinal e todas as crianças saem correndo pra brincar lá fora. Faixa etária: 4 aninhos. Na aglomeração, a líder das meninas (sempre tem uma) cisma, subitamente, ao mirar uma criança específica: "você não pode brincar com a gente porque é preta". Pronto, estava dada a sentença. E a criança era eu, indiscutivelmente preta. A única da classe.
Em casa, não contei pra mamãe nem pro papai. Tinha vergonha de ser preta e não poder brincar. Sentia que tinha alguma coisa errada, mas não sabia que esse monstro tinha um nome tão sisudo: racismo. Algo que aquelas pobres crianças aprenderam em casa, com os valores deploráveis de seus pais ignorantes.

Eu aos 4 anos, com botas ortopédicas e pernas tortas. Ao fundo, no trepa-trepa, meu irmão Arthur Eustáquio.

10 anos depois... direto do túnel do tempo...

Numa bela tarde de domingo, pós-almoço familiar com macarrão e frango assado, nos assentamos na sala do apartamento da Cerro Corá para assistir ao pôr-do-sol da cidade de São Paulo, no início dos anos 90. Foi então que o assunto racismo veio à tona e revelei aquilo que me acontecia na escolinha Carrossel no início dos anos 80. Como quem solta um grito da garganta, despejei meu infortúnio de menina. Chorei minhas mágoas e minha revolta, falei como se não houvesse amanhã, querendo culpar tudo e todos pelas injustiças desse mundo hipócrita... até que meu pai interrompeu. Negão de olhos verdes, fitou-me com serenidade e sabedoria. E disse algo que levarei pra sempre, ao longo do caminho.

"Brenda, trabalhe". Só isso.

E é o que vemos nele; alguém que nunca ficou parado reclamando das coisas. Sempre deu duro, trabalhou muito e hoje colhe o que plantou. Se está certo ou errado, não cabe a ninguém julgar. O que sei é que meu pai, pra mim, é um exemplo de vida. Um grande homem e modelo a ser seguido. Tenho orgulho imenso de ser a filha desse homem notavelmente íntegro e batalhador. Devo a ele muito do que sou... sua filosofia é: "as pessoas podem duvidar do que você diz, mas nunca do que você faz". Obrigada, pai. Por ontem, hoje (13 de maio) e sempre. Amo você.

E já que eu adoro imagem em movimento, aqui um video da última vez que estive com meu pai http://www.youtube.com/watch?v=dBOcDbzly7A em setembro do ano passado. Claro que ele só aparece no final, porque é discreto que só!


Hoje papai está no Chile, e amanhã desembarca no Brasil para nos visitar! Faremos uma viagem de van rumo a Minas Gerais, onde toda a família (vovô!) nos aguarda. A festa será tremenda, e o tempo, certamente curto demais pra matar tanta saudade. E haja coração. Fim de semana na minha terra, uai, com meu pai, irmãos, sobrinhos, tios, primos... ô trem mai bão, sô!

ANSIOSA E FELIZ pelo fim de semana vindouro... amém!


PAI E FILHA, necessariamente nesta ordem.

11 de maio de 2010

Um gostinho de vitória

Ah, finalmente começo a achar que as coisas podem, sim, funcionar nesse nosso Brasil. Não que eu seja alguma espécie de cientista política ou algo do gênero; nem sou muito interada no assunto (sou a mais politizada das alienadas, e a mais alienada das politizadas). De qualquer forma, é fato que senti um comichão de alegria ao saber que o Ficha Limpa foi aprovado pelos deputados, sem que as emendas absurdas (que descaracterizavam o espírito da coisa) fossem aprovadas. Uma vitória pro povo brasileiro! E viva a democracia!


VÍDEO DA CAMPANHA FICHA LIMPA http://www.youtube.com/watch?v=Irs8X_h6REg&feature=player_embedded


Em breve, se tudo der certo, o Brasil não mais dará cargos políticos a pessoas condenadas por homicídio, estupro, tráfico de drogas, racismo, desvio de verbas públicas, formação de quadrilha, compra de votos... por pelo menos 8 anos.

10 de maio de 2010

Aleluia!

Nesse final de semana fiz duas coisas que há muito não fazia: a primeira delas, ir à missa. Fui e achei a igreja católica animada, alegre, cheia de música e cristãos fervorosos. Os telões da paróquia mostravam as letras das canções, pro povo cantar junto. Adorei: cantei. Até fechei os olhos na hora da "Aleluia".

A outra coisa que fiz foi batizar meu sobrinho amado: o bebê Paulo Henrique, fofo da titia-dindinha. O ritual do batismo envolve algumas etapas: o óleo no peitinho da criança, para blindá-la dos perigos e pecados; a água na cabecinha, para purificação; e a vela, cuja luz ilumina seu caminho pela vida inteira.

Embora eu já tenha uma afilhadinha, não me lembrava de muita coisa do rito do batismo. A gente se dá conta de como o tempo passa rápido quando marca um encontro com a afilhada no metrô e ela aparece pra te buscar DE CARRO. Sim, ela veio dirigindo e eu fiquei abestalhada. Aquela coisinha miúda cuja cabecinha inclinei sobre a pia batismal, em meados de 1992, tem a pachorra de dar uma buzinadinha e gritar "DINDINHAAA!" pela janela do carro. "Mas já... 18 anos!" - pensei e disse. Ela só riu o sorriso largo. Seu nome: Dayana Lóren (nome duplo é o que liga, ahá!), anjinho que parou de fumar há alguns meses. É.

Quando batizei a Dadá, eu era aborrescente e tinha cabelo black power. Naquela época era só chegar e batizar. Hoje em dia não; precisa fazer um curso de batismo, com 3 horas de duração, cujo certificado tem validade de um ano. Nós padrinhos somos lembrados de como devemos orientar a criança para a vida cristã. Então, Dayana, perdão: a dindinha falhou com você.

Minha mente voava pelo passado quando o ministro de batismo falou que os padrinhos deveriam ser responsáveis pela educação da criança pela vida inteira. Meu irmão então cochichou: "É isso aí, o padre quer dizer que você vai ter que pagar todos os boletos pra educação dele, até a faculdade!". Rimos, eu e meu irmão-agora-compadre.

Depois da cerimônia fomos comemorar o dia das 4 mães presentes, em clima gostoso de família feliz.