Brenda Ligia-Cinema,TV,Teatro

Minha foto
Brenda Ligia é atriz, mestre de cerimônias, diretora, apresentadora e locutora trilíngue (inglês/francês). Como atriz, atuou em 15 longas, 12 séries de TV, dezenas de curtas e espetáculos. Prêmios/ ATRIZ -Prêmio de melhor atriz no Brazil New Visions Film Fest (2023) -Prêmio de melhor atriz no Festival Riba Cine RJ (2022) -Prêmio de melhor atriz no Festival CinePE (2017) Prêmios / Diretora: -Prêmio Diáspora no Silicon Valley African Film Festival (USA, 2020) pelo seu curta Contraste, lançado pela MídiaNINJA -Prêmio Empathy no Essential Stories Project USA (2020) pelo seu documentário Ilê -Prêmio Especial no Cine PE (2014) pelo seu documentário Rabutaia CINEMA Cidade; Campo (Berlinale) 2024, Amado (Globoplay, Telecine) Sangue Azul (Netflix), Bruna Surfistinha (Netlix), etc. TV Séries Além do Guarda-roupa (HBO Max), Assédio (TV Globo, GloboPlay), Sob Pressão (Globo), A mulher do prefeito (Globo), etc. MC Brenda Ligia está na lista das 10 melhores mestres de cerimônias do Brasil, via Super SIPAT. Contato: atendimento@castinglab.com.br

29 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo

RECEITA DE ANO NOVO- Acabei de fazer este vídeo de ano novo!


link: http://www.youtube.com/watch?v=Mp8yabWOIc8

Agora, pé na estrada e FELIZ ANO NOVO!

21 de novembro de 2010

"Somos um Só"

Laboratório de química, durante as gravações de "Somos um Só" (documentário + ficção, a ser exibido em breve pela TV Cultura, sob direção de Lírio Ferreira e produção de Chica Mendonça -salve PE!). Participação de Brenda Ligia, enquanto química responsável por "hidrólise alcalina" (pense!).
Na foto, Chica Mendonça, Lírio Boy (fazendo "boquinha de Otto"!) e eu, rindo de orêia a orêia por trabalhar com essa "gente da melhó qualidade"!
Roteiro: José Roberto Torero
Consultoria: Mário Sérgio Cortella (autor do livro que estou lendo e AMANDO; "Não espere pelo epitáfio").
VALEU!

19 de novembro de 2010

Ensaio fotográfico

FOTOGRAFIA: Edson Kumasaka (o sensacional da luz e lentes)
MAQUIAGEM: Ana MacLaren (a sensacional da make up)
PRODUÇÃO & FIGURINO: sensacional Brenda Ligia (atriz, modelo, manequim e apresentadora infantil) (dificílima a tarefa de escolher entre TANTAS fotos...)
CONTATO: brenda.ligia@hotmail.com

11 de novembro de 2010

22 de outubro de 2010

Natureza Divina e Bela


Mexerica Filmes apresenta: Fernando Abreu em "Natureza Divina e Bela" -Gravado em Arcoverde, sertão de Pernambuco.

LINK DO VÍDEO: http://www.youtube.com/watch?v=I2lni8xEAJA

11 de outubro de 2010

todos éramos pequenos

Passado e presente... nesse dia das crianças e Nossa Senhora Aparecida (padroeira do Brasil e dos brasileiros, pequenos e grandes).
link do video-homenagem: http://www.youtube.com/watch?v=bkXT5yqz1QU

26 de setembro de 2010

Notícia ruim corre rápido

No embalo de sábado à noite, meu telefone tocou e soube da notícia. Bingo, o cachorro boxer lá de casa, morreu ontem, aos 10 anos de idade. Minha mãe contou que ele começou a tossir, roncar, gemer; então caiu e não levantou mais. Dormiu ali no alpendre de casa, numa tarde nublada, pra nunca mais acordar. Meu irmão, o dono verdadeiro, ligou pro centro de zoonoses e pediu pra retirar a carcaça do animal. Homem feito, partido por dentro.
Ao saber da notícia, senti aperto no peito. Justo eu, que nunca fui fã de bicho de estimação. Pensei nos 10 anos em que Bingo fez parte da minha vida; quase um membro da nossa família. Quando saía cedinho pra trabalhar, ele se despedia de mim roçando o focinho no portão. Quando eu chegava em casa de madrugada, era ele quem me saudava, abanando o cotôco do seu rabicó.

Quantas vezes espiei cenas do Bingo com as crianças! O bebê vibrando de excitação ao colocar ração na bocarra dele; meu sobrinho chegando da escola e brincando com o cão, que pulava de alegria ao vê-lo. Amor incondicional, irracional, bilateral. Todos, sem exceção, falavam com ele. Até eu. "Oi, Bingo".

Agora, "tchau, Bingo". Pra nunca mais.

Tantas lembranças invadiram minh'alma. E, a quase 600km de São Paulo, desabei. Chorei a morte do Bingo, na cama, como uma menina abandonada, longe de casa, sozinha no mundo. Chorei minha culpa, minha solidão, meu medo... solucei meu pranto. Suspirei minha dor. Assoei minha saudade. Rezei... então me acalmei. O sono veio acalentar meu espírito, enquanto a Savassi, lá fora, fervia em buzina, música e gente. Aqui dentro (do meu peito), só eu, mesmo. E Deus.
*********************************************************************

Como não poderia deixar de ser, o Bingo também estrelou na Mexerica Filmes.
Segue o link do vídeo . É comédia. E saudade.

19 de setembro de 2010

Minas eu sou

Mexerica Filmes apresenta "Minas eu Sou", com grande elenco em campanha.
Letra, voz, edição e direção: Brenda Ligia.

LINK DO VÍDEO MINAS EU SOU:
http://www.youtube.com/watch?v=jAulK7wOl-k

15 de setembro de 2010

Pausa

Segue o link do primeiro vídeo gravado com meu celular novo, pois o antigo "subiu no telhado". Gravei hoje, no percurso casa-trabalho, e garanto que o acaso foi o grande mote, seguido de inspiração e apoio de amigos talentosos (por exemplo, Bê Sant'Anna - nosso Wagner Moura tupiniquim).

Duração da reflexão: 2 minutos e 33 segundos.
Link: http://www.youtube.com/watch?v=Y0NybhSOwUA

14 de setembro de 2010

Segurança


Vídeo - programa que foi ao ar ontem à noite:

link: http://www.youtube.com/watch?v=yksj5KhADgI

Descobri que gravar pro rádio é a maior das delícias! Meu riso corre largo, de orelha à orelha!
Ouça nosso programa às segundas, quartas e sextas - às 7h e às 12h.
Bate-papo descontraído entre mim (personagem Mariana) e o brilhante Bê Sant'Anna (personagem João) numa cozinha tipicamente mineira - transmitido para todo o estado de Minas Gerais (em todas as cadeias de rádio - horário eleitoral). Escrito pelos geniais Xico Castilho (vulgo Xixi) e Murilo Antunes (vulgo Mumu), montado por Sérgio Vulcanis (vulgo Quérgio)... só gente da melhor qualidade!

30 de agosto de 2010

29 de agosto de 2010

Somos Minas Gerais

Gravação de vídeo - SOMOS MINAS GERAIS


Vídeo da equipe Open Filmes + agência 2010 comunicação = SP + BH

link: http://www.youtube.com/watch?v=InHqsE1_gyc

Gravação para rádio - fazer locução é muito bom!

(eu e Bernardo Sant'anna, que escreveu ISSO no blog dele)

14 de agosto de 2010

Belo Horizonte

A CAPITAL
VISTA DA MINHA JANELA BELO HORIZONTE

LINK DO VÍDEO: http://www.youtube.com/watch?v=POu1AxcU_k0
(bom mesmo é estar aqui)

12 de agosto de 2010

Currículo da atriz Brenda Ligia


ATRIZ trilíngue (inglês e francês) formada em Comunicação Social (Publicidade) pela Faculdade Oswaldo Cruz (SP). Também apresentadora.

ESTUDOS
-Oficina de Cinema Digital 2011 (Casa da Cultura, Recife - PE)
-Ciências Sociais na University of the West Indies (Trinidad e Tobago)
-Francês na Alliance de Vevey (Suíça)
-Curso Técnico Profissionalizante no Teatro Escola Macunaíma (SP)

CINEMA - LONGAS
-"Bruna Surfistinha", com Deborah Secco
-"As Melhores Coisas do Mundo", de Laís Bodanzky
-"Sem Fio", de Tiaraju Aranovich
-"Bom Dia, Eternidade", com Zezé Motta (2005)
CURTAS
-"Põe a Mão Aqui", de Jeferson De
-"Viva o Terceiro Mundo", com Aílton Graça
-"A Festa", Projeto 48Horas TNT
-"Wander", de Melina Schleder
entre outros

TEATRO
Comediante, integrou o grupo "Óbvios Show de Humor" (2006 a 2008) fazendo esquetes de comédia. Escreve textos e domina improvisação.
COMÉDIA
-"Diálogos de Escovas de Dentes", de Wagner D'avilla (2010)
-"A Falecida Senhora sua Mãe", de Georges Feydeau
-"Ainda bem que aqui deu certo", cia Fulanos & Beltranos
TRAGÉDIA
-"Electra Enlutada", de Eugene O'Neill
MUSICAL
-"Sonhos de Uma Vedete", com Salomé Parísio
-"A Dança dos Signos", de Oswaldo Montenegro
INFANTIL
-"Rapunzel", Cia Realce
-"Vida Circense", clown

COMERCIAIS
-Ministério da Saúde
-Coca-Cola
-Nextel
-Nossa Caixa
-Nestlé
-McDonald's
-Eletropaulo
-Sulamérica
-Lojas Eskala
entre outros

TELEVISÃO
-Série "Somos Um Só" (TV Cultura; estreia em 2011), dir. de Lírio Ferreira)
-apresentadora das campanhas dos governos de MG e PB; ambos vitoriosos em 2011
-Série "9mm", do canal Fox (estreia em 2011)
-MTV Brasil (vinhetas de comédia)
-MTV Reino Unido (reality show)
-TV Cultura (série educativa do TSE)
-Fox (apresentadora do Desafio Nokia)
-Rede Record (quadro de comédia no Show do Tom)
-RedeTV (quadro de comédia no Pânico na TV)
CONTATO: brenda.ligia@hotmail.com

23 de junho de 2010

Depois da tempestade

Aqui em Recife, na praia de Boa Viagem, hoje...

(em época de Copa do Mundo, todo mundo vê tv).




(link: http://www.youtube.com/watch?v=kTC2EGcL0ug)

21 de junho de 2010

Momento de Relaxamento

Um renomado (e gente da melhor qualidade) músico pernambucano chega ao salão de um shopping no Recife com o intuito de aparar suas madeixas encaracoladas. Com horário marcado por sua elegante esposa, entra e senta ao lavatório para desaguar sua ressaca cansada de sábado cedo.

Em meio a tititi feminino de cunho aleatório, perguntam-lhe se gostaria de fazer um relaxamento. Ora... claro! Topa. Inclina-se, ansioso, aguardando o relaxamento vindouro. Lavam. Penteiam. Esticam. Enxáguam. E ele lá, menos relaxado do que gostaria, mais tenso do que deveria. O efeito calmante da água aliado ao tempo de ação do produto finalmente o fazem relaxar. Zzzzz... pronto!
Anunciam o fim do relaxamento. Endireitando a postura, ele sente arrepio na espinha dorsal ao ver o risinho leve da esposa que observa, já de pé, o despertar de seu cochilo brando. Pressente um desconforto tenso, evita olhar-se no espelho, e paga os (absurdos!) cem reais que lhe cobram pelo serviço.

Inevitavelmente, olha-se no espelho e assusta-se com seu próprio susto. Ele, cabra-macho pernambucano, fora transformado num EMO, em véspera de show de abertura do São João no Recife. O desespero brota em sua alma e transcende os limites de sua expressão facial, fazendo sua mulher irromper em risos. Ele afasta a franja lisa-lambida de sua testa e mentaliza xingamentos de toda sorte.
-Me fala por que você resolveu fazer um relaxamento - ela quer saber.
-Não quero falar disso, agora - esquiva-se, murcho. Liso. Lambido. Envergonhado. Tudo, menos relaxado. Aliás, nada conseguira deixá-lo tão nervoso quanto aquele relaxamento.

2 de junho de 2010

O sapateiro

Estou envolvida até o talo com os preparativos pré-viagem. Ando com uma lista de missões burocráticas a resolver (inclui até mesmo uma visita à Caixa Econômica Federal, imagine!). Hoje, porém, respirei fundo ao ler aquele item específico: "ir ao sapateiro". Ah, pronto!


Era sabido que o sapateiro me detestava, e eu também o detestava de volta. Quantas vezes saí bufando da sapataria, porque ele fora mal-criado! Dizia que ia procurar outra sapataria e ele recusava meus sapatos. Prometi não voltar naquele muquifo, no entanto, era esse o item da minha lista burocrática, de modo que lá fui eu, rumo à sapataria como quem caminha pra forca.

Ao avistar-me, bufou. Também bufei. Rosnou. Eu também. Realmente: eu e o sapateiro não vamos um com a cara do outro! Faíscas no ar: viramos personagens de bang bang no velho oeste norte-americano... cruz credo!

Eu disse que ia viajar dentro de 2 dias, então precisava de certa pressa (querendo dizer que eu o achava extremamente preguiçoso e ficava enojada com sua má vontade para com o trabalho, os clientes, a vida). Ele disse que já tinha "aquilo tudo de sapato pra consertar antes do feriado, ó!", mostrando a pilha de calçados (querendo dizer que me achava folgada pra caramba e que ficava puto da vida com minha falta de respeito para com o trabalho, os mais velhos, a vida).

No controle comercial, ele deu a sentença: o preço superfaturado cobrado pelo serviço indesejado. Revirei os olhos e pensei na minha viagem. Respirei fundo e abri a bolsa. Olhei, pela primeira vez na vida, dentro dos olhos daquele senhor, o sapateiro, e abri a carteira e o coração. "Fique com o troco; caixinha pro senhor". Ele, então, me surpreendeu. Fez algo que eu pensava que não fosse capaz: sorriu pra mim, pro trabalho, pro dinheiro e pra vida.

Pronto: um item a menos na minha lista. Ao lado de "ir ao sapateiro", acrescentei "José Silva", seu nome, e um sorriso sem carrancas.

26 de maio de 2010

Deborah Secco

"Deborah Secco é clicada resolvendo coisas do dia a dia" - essa é a manchete de ontem, num site popular que fracassa piamente ao tentar abordar a rotina da celebridade-delícia.

Além do conteúdo NULO da "notícia" do site Terra (francamente...), o desserviço prestado ainda nos brinda com um erro de português dos mais grotescos: sob a foto, a legenda dedura o amadorismo jornalístico. "Deborah passou na academia e REVEU amigos".

(Como assim, gente, REVEU!) - copiei e colei o absurdo logo acima para que meu post não perca a ilustração, caso alguém do site Terra se preste a corrigir a cagada de conjugação verbal. Ui, vergonha alheia!

Pra fechar com chave de ouro, o infeliz (ir)responsável por aquele texto medíocre encerra a palhaçada com a seguinte revelação: "a atriz foi a um aniversário e, antes de ir embora, despediu-se das amigas".

Ora vejam, que exótica essa Deborah Secco! Que ousada, pois despediu-se das amigas! E o mais surreal: o fez ANTES de ir embora da festa de aniversário! Tô bege... ou melhor, AFRO-bege.

*Acima, foto com Dedé amiga-estrela, que veio a São Paulo esse fim de semana para rever os amigos de trabalho (saudade!).
*Quem a conhece sabe o quanto é especial, linda por fora e MA-RA-VI-LHO-SA POR DENTRO.
*Em breve, a amada moçoila donzela estreia peça de teatro em Recife. OBA, claro que vou prestigiar.
*Isto abaixo se chama FOTO DE AMOR. Pronto.

PS.: Vou mandar meu currículo (de comunicadora) pro Terra, oferecendo elaborados textos nos seguintes moldes (exemplo):
Em SP, Deborah Secco reencontrou amigos de filmagem. Tomou 1.200ml de Coca Zero com gelo e piscou os olhos um tanto de vezes para lubrificá-los. Como de costume, despediu-se de todos antes de partir. Na saída, a atriz espirrou. Alguém disse "saúde" e ela respondeu "obrigada". Fonte: confiável. Aff!

Amo teatro!

Pra quem não foi ao teatro assistir minha peça, segue uma palhinha.
Link do video: http://www.youtube.com/watch?v=nXD0lU61E1c

Electra


Tempos que não voltam mais...

21 de maio de 2010

Quando o alívio vira vergonha

Numa manhã de sexta-feira chuvosa, a saltitante moçoila (que NÃO se chamava Brenda Ligia, obviamente, pois trata-se de uma estória fictícia) resolveu dar uma recauchutada no visual, num salão de cabeleireiros qualquer. Nos cabelos, tonalizante castanho escuro; nas cutículas, uma camada de Toque de Ira com Santa Gula; na alma, a vontade de embonecar-se toda.

Ali sentada na cadeira de beleza, com um profissional a seus pés e outro à cabeça, a moça sentiu, de repente, um arrepio da cabeça aos pés. Não era beliscão no bife do dedão nem fisgão no couro cabeludo: era vontade de fazer coco. "Pronto, só faltava essa", pensou a cliente.

-Emerson, preciso ir ao toalete - cochichou ao cabeleireiro, pois este estava mais próximo do orifício pelo qual se cochicha, em relação à manicure.

Foi ao banheiro, então. Forrou. ALÍVIO! Pensou. Se tem algo que as mulheres invejam nos homens (generalizando, é claro) é a capacidade que eles tem de deixar o intestino livre, leve e solto para funcionar normalmente, mesmo quando estão viajando, com a vida desregrada, em ambiente desconhecido... a mulherada trava por dias; a homarada nem tchum!

Por isso ela se encontrava ali, reflexiva e solitária naquele troninho de porcelanato azul bebê, num salão de beleza xis. Esperara três dias por aquele momento profundo, de resgate. Sentia-se íntegra, límpida, leve, solta... sorriu. Limpou. Olhou. Deu descarga. Olhou.

Deu descarga... deu descarga. Olhou. E deu descarga.

Que merda!!! Amaldiçoou todas as descargas molengas e insossas da face da Terra, que só fazem o redemoinho girar e não cumprem seu papel em relação à carga. Nada ecológicas, gastam água à tôa e não resolvem bosta nenhuma.

Olhou. Deu descarga. Olhou. Suspirou, lavando as mãos. Abriu a porta e viu manicure e cabeleireiro a postos, em inércia. Hesitou. Chamou com a mão esquerda enquanto a direita dava descarga. Tudo girava lá dentro. Pediu um balde e fez questão de fazer o serviço sujo, enquanto pensava no alívio que virou vergonha.

18 de maio de 2010

Marcos Cesana (1966 - 2010)

"Nossa vida é como uma comédia:
ninguém repara se foi longa, e sim se foi bem representada." Sêneca

Marcos Cesana e Brenda Ligia, na Praça Roosevelt, direto do túnel do tempo...


"Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
(...)
Quem poderá fazer
Aquele amor morrer
Dura caminhada
Pela estrada escura...
(...)
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito
Imenso monolito
(...)
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão"

MARCOS CESANA - click para ver o quadro "CESANA RESPONDE", brincadeira do amigo diretor da série 9mm - LINK http://michaelruman.com/blog/?p=270
(CESANA DESCANSA EM PAZ E DEIXA SAUDADE)

13 de maio de 2010

13 de maio

Hora do recreio: toca o sinal e todas as crianças saem correndo pra brincar lá fora. Faixa etária: 4 aninhos. Na aglomeração, a líder das meninas (sempre tem uma) cisma, subitamente, ao mirar uma criança específica: "você não pode brincar com a gente porque é preta". Pronto, estava dada a sentença. E a criança era eu, indiscutivelmente preta. A única da classe.
Em casa, não contei pra mamãe nem pro papai. Tinha vergonha de ser preta e não poder brincar. Sentia que tinha alguma coisa errada, mas não sabia que esse monstro tinha um nome tão sisudo: racismo. Algo que aquelas pobres crianças aprenderam em casa, com os valores deploráveis de seus pais ignorantes.

Eu aos 4 anos, com botas ortopédicas e pernas tortas. Ao fundo, no trepa-trepa, meu irmão Arthur Eustáquio.

10 anos depois... direto do túnel do tempo...

Numa bela tarde de domingo, pós-almoço familiar com macarrão e frango assado, nos assentamos na sala do apartamento da Cerro Corá para assistir ao pôr-do-sol da cidade de São Paulo, no início dos anos 90. Foi então que o assunto racismo veio à tona e revelei aquilo que me acontecia na escolinha Carrossel no início dos anos 80. Como quem solta um grito da garganta, despejei meu infortúnio de menina. Chorei minhas mágoas e minha revolta, falei como se não houvesse amanhã, querendo culpar tudo e todos pelas injustiças desse mundo hipócrita... até que meu pai interrompeu. Negão de olhos verdes, fitou-me com serenidade e sabedoria. E disse algo que levarei pra sempre, ao longo do caminho.

"Brenda, trabalhe". Só isso.

E é o que vemos nele; alguém que nunca ficou parado reclamando das coisas. Sempre deu duro, trabalhou muito e hoje colhe o que plantou. Se está certo ou errado, não cabe a ninguém julgar. O que sei é que meu pai, pra mim, é um exemplo de vida. Um grande homem e modelo a ser seguido. Tenho orgulho imenso de ser a filha desse homem notavelmente íntegro e batalhador. Devo a ele muito do que sou... sua filosofia é: "as pessoas podem duvidar do que você diz, mas nunca do que você faz". Obrigada, pai. Por ontem, hoje (13 de maio) e sempre. Amo você.

E já que eu adoro imagem em movimento, aqui um video da última vez que estive com meu pai http://www.youtube.com/watch?v=dBOcDbzly7A em setembro do ano passado. Claro que ele só aparece no final, porque é discreto que só!


Hoje papai está no Chile, e amanhã desembarca no Brasil para nos visitar! Faremos uma viagem de van rumo a Minas Gerais, onde toda a família (vovô!) nos aguarda. A festa será tremenda, e o tempo, certamente curto demais pra matar tanta saudade. E haja coração. Fim de semana na minha terra, uai, com meu pai, irmãos, sobrinhos, tios, primos... ô trem mai bão, sô!

ANSIOSA E FELIZ pelo fim de semana vindouro... amém!


PAI E FILHA, necessariamente nesta ordem.

11 de maio de 2010

Um gostinho de vitória

Ah, finalmente começo a achar que as coisas podem, sim, funcionar nesse nosso Brasil. Não que eu seja alguma espécie de cientista política ou algo do gênero; nem sou muito interada no assunto (sou a mais politizada das alienadas, e a mais alienada das politizadas). De qualquer forma, é fato que senti um comichão de alegria ao saber que o Ficha Limpa foi aprovado pelos deputados, sem que as emendas absurdas (que descaracterizavam o espírito da coisa) fossem aprovadas. Uma vitória pro povo brasileiro! E viva a democracia!


VÍDEO DA CAMPANHA FICHA LIMPA http://www.youtube.com/watch?v=Irs8X_h6REg&feature=player_embedded


Em breve, se tudo der certo, o Brasil não mais dará cargos políticos a pessoas condenadas por homicídio, estupro, tráfico de drogas, racismo, desvio de verbas públicas, formação de quadrilha, compra de votos... por pelo menos 8 anos.

10 de maio de 2010

Aleluia!

Nesse final de semana fiz duas coisas que há muito não fazia: a primeira delas, ir à missa. Fui e achei a igreja católica animada, alegre, cheia de música e cristãos fervorosos. Os telões da paróquia mostravam as letras das canções, pro povo cantar junto. Adorei: cantei. Até fechei os olhos na hora da "Aleluia".

A outra coisa que fiz foi batizar meu sobrinho amado: o bebê Paulo Henrique, fofo da titia-dindinha. O ritual do batismo envolve algumas etapas: o óleo no peitinho da criança, para blindá-la dos perigos e pecados; a água na cabecinha, para purificação; e a vela, cuja luz ilumina seu caminho pela vida inteira.

Embora eu já tenha uma afilhadinha, não me lembrava de muita coisa do rito do batismo. A gente se dá conta de como o tempo passa rápido quando marca um encontro com a afilhada no metrô e ela aparece pra te buscar DE CARRO. Sim, ela veio dirigindo e eu fiquei abestalhada. Aquela coisinha miúda cuja cabecinha inclinei sobre a pia batismal, em meados de 1992, tem a pachorra de dar uma buzinadinha e gritar "DINDINHAAA!" pela janela do carro. "Mas já... 18 anos!" - pensei e disse. Ela só riu o sorriso largo. Seu nome: Dayana Lóren (nome duplo é o que liga, ahá!), anjinho que parou de fumar há alguns meses. É.

Quando batizei a Dadá, eu era aborrescente e tinha cabelo black power. Naquela época era só chegar e batizar. Hoje em dia não; precisa fazer um curso de batismo, com 3 horas de duração, cujo certificado tem validade de um ano. Nós padrinhos somos lembrados de como devemos orientar a criança para a vida cristã. Então, Dayana, perdão: a dindinha falhou com você.

Minha mente voava pelo passado quando o ministro de batismo falou que os padrinhos deveriam ser responsáveis pela educação da criança pela vida inteira. Meu irmão então cochichou: "É isso aí, o padre quer dizer que você vai ter que pagar todos os boletos pra educação dele, até a faculdade!". Rimos, eu e meu irmão-agora-compadre.

Depois da cerimônia fomos comemorar o dia das 4 mães presentes, em clima gostoso de família feliz.

29 de abril de 2010

Tudo pode dar certo

Aqui no Brasil decidiram que o título do último filme do Woody Allen seria o mesmo desse post. Porém, traduzido ao pé da letra, "Whatever works" ficaria "O que quer que funcione", ou sejA, tem sentidos bem diferentes.

Mas pouco importa, pois ontem fiquei extasiada com o espetáculo cinematográfico ao qual fui submetida num cinema da Paulista. O filme é sensacional, fantástico, incrível, maravilhoso, magnífico, inteligente, engraçado, grandioso, divertido, imbatível E delicioso.

Recomendo imensamente; OBRA-PRIMA do Woody Allen, nos cinemas perto (ou longe) de você.

PS.: O bichão Woody Allen deve ter ficado fulo da vida quando assistiu a todas aquelas cenas nas quais o boom aparece (o microfone suspenso, sabe). Não é possível que tantos profissionais do cinema tenham deixado passar tudo aquilo! Não compromete, afinal, o FILME É SENSACIONAL. O chato é que quando aparece o boom flutuando nos extremos da tela, a gente se lembra, de fato, que está num cinema. Então os olhos não conseguem mais se desgrudar daquele cisto, até que suma por completo.


Mas gente, peraí... o ser humano já chegou até a lua... então como é que não consegue, via computador, apagar o microfone que aparece no filme do Sr. Allen através da tecnologia (interroga)

27 de abril de 2010

Seje, esteje...

Ah! Meus ouvidos ouvem de tudo um pouco, mas "seje" e "esteje" realmente incomodam bastante. Basta!

MENAS a gente tolera. PRA MIM FAZER também. TINHA CHEGO, ok... mas SEJE e ESTEJE representam algo além: a morte do subjuntivo (supostamente aprendido na escola).

Aposto que se o Maneco (de Viver a Vida) resolvesse lançar uma campanha subjuntivista pró-"SEJA & ESTEJA", bastariam 2 ou 3 capítulos da novela nobre para (grande parcela d)o povo brasileiro parar de cometer esse feioso erro em nossa língua mãe. Já imagino esse "merchan linguístico" na boca da monstra da tevê Lília Cabral... ah!

A.U. (adendo urgente)- cena HILÁRIA da Lília Cabral fumando maconha
Concluindo: se o problema fosse dinheiro (pra executar tal ação, na Globo ou onde quer que sejA!), talvez o Ministério da Educação pudesse até liberar algum... afinal, fica clara uma falha grotesca no sistema de ensino fundamental brasileiro. Se a maioria da população fala errado, é porque não aprendeu direito na escola. Pública. Ponto.

26 de abril de 2010

Rir ou Chorar

Imagine um baixista que parte numa viagem de navio pelo Mediterrâneo, para tocar música latina até meados de novembro. Pois bem, esse ser existe e é o amigo Gabriel, cuja despedida foi em um petit comité, semana passada.

No frisson da real despedida, já sentindo o gosto amargo da saudade doce, abracei o casal Telma Luciana e Gabriel Catanzaro e corri pro Fusquinha 68, vinho - tanto faz a bebida ou a cor. Só que a songa-monga que vos fala simplesmente havia esquecido que o banco do passageiro tinha sido retirado, sendo que era ali que eu iria me sentar. Ou melhor, ACHAVA que iria me sentar.

Estava armado o espetáculo especialmente montado para alegrar o momento "sei que é triste a dor do parto mas eu tenho que partir". O que se passou a seguir é inexplicável. Despenquei feito vara verde do alto dos meus 68kg (tá bom, omiti uns quilinhos de toucinho na região do pânceps), pois entrei no carro convicta de que tudo seria, de novo, do jeito que já foi um dia. Estava crente que teria um assento para me assentar, mas dei com a bunda no chão. Bati meu chassi no assoalho, e meus joelhos se envergaram pra cima. Fiquei, literalmente, de pernas pro ar. Me senti aquela mocinha azul do filme Avatar; toda grande, esparramada feito manteiga na chapa. 1.78cm de mico garantido ou sua risada de volta.

Óbvio que juntou gente na janela, perguntando o que tinha acontecido comigo. Eu, ainda na chón, nem levantava nem respondia; não sabia se ria ou se chorava (se não me engano, fazia ambos). Tá bom, bati as costas num ferro (talvez um tripé!) e estava doendo muito, mas a cena era tão patética, mas tão patética, que a risada inevitavelmente encobria o choro!

-Meu bem, você se machucou (interroga)
-Vambora, pelo amor de Deus!

Adendo urgente
Depois de um tombo brabo, existem três opções de providências a serem tomadas:

1- a pessoa levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima com categoria e "guenta" a dor - aí todos podem relaxar e tirar sarro do mané;

2- a pessoa finge desmaio ou convulsão - aí todos se preocupam e ficam enternecidos;

3- ou a pessoa implora pro namorado acelerar o carro e sair dali com urgência - aí todos ficam com cara de lápis, ainda sem saber se era pra rir ou chorar.

Adivinhe qual alternativa escolhi!

FIM DA PARTE LEVE DA COISA. E INÍCIO DA SESSÃO "POBREMA DO ZÔTO".
(se não quiser isso pra sua vida, minimize a janela e não continue a leitura. E que se dane, agora, meu bom humor).

Alguns dias depois, comecei a sentir uma dorzinha... que começou "inha" e virou "ona". Foi horrível. Começou na lombar e foi se espalhando por toda a coluna, até que não conseguia mais levantar da cama, de tanta dor.

Comecei a chorar. Me sentia impotente com aquelas fisgadas horrorosas; era como se minha bacia estivesse deslocada. Beirei o estado de pânico. E era sábado, penúltima semana de peça no teatro. Chorei mais ainda, pensando na comédia.

Em meu socorro veio o doutor benhê: com pomada, Salonpas (antes de P e de B só usamos M) e Tandrilax (salve a droga). Tomei às 17h, pro efeito atingir o cume às 21h; bem no terceiro sinal, início do espetáculo... e bingo!

Ufa, deu tudo certo. Não só consegui apresentar, como foi o dia da plateia mais gostosa, leve e risonha. Minha cura e minha força vieram da energia daquelas (quase) 100 pessoas presentes, da magia do palco, da solidariedade da coxia, do ombro amigo do camarim... foi inesquecível.
--------------------------------------------------------------
Edu (e família!): sem você(s), não sei o que teria feito (amor).

E já faz 3 dias que tô com o nariz cheirando a cânfora, aff.

23 de abril de 2010

Niltão Cornão

Em tempos de corrida final para entrega da declaração do imposto de renda até dia 30, me vi obrigada a ir ao despachante da minha rua. O nome dele é Nilton.

Acontece que, segundo as "boas línguas" do bairro, Nilton (o Niltão) largou sua ex-mulher, que era "linda de viver" (ainda de acordo com as mesmas "boas línguas") para se casar com uma mulher mais jovem. Sim, pasmem: eu disse "mais jovem".
E o povo da Jaguara falou, o bairro se chocou, as fofoqueiras estremeceram em seus portões... até que deu no que deu: picharam o muro do escritório de contabilidade do homem com os dizeres "NILTÃO CORNÃO", rabiscados com spray apressado.


Só que isso já faz anos... Niltão nunca quis apagar a ofensa que lhe dá bom dia todas as manhãs quando chega ao trabalho. Eu, curiosa com a vida alheia, perguntei a minha mãe, que é mais entendida, qual o motivo de não apagarem aquilo ali. Ela disse que o Nilton é muito bem resolvido e tem cabeça boa, então nem liga praquele papo de cornão. É a velha história: chifre é uma coisa que colocam na cabeça da gente... quem disse que adulto não sofre bullying!

Pois hoje fui lá para entregar o comprovante de rendimentos (como se eu tivesse algum). Confesso que estava um tanto ansiosa para ver a cara do tal Niltão. A secretária novinha veio à porta e falou comigo pelo intercom.

-Pois não (interroga)
-Eu queria falar com o Nilton.
-Quem gostaria (interroga)
-É a Brenda.
-Brenda de onde (interroga)
-... (eu pensativa)
-... (ela interrogativa)

Fiquei pensando de onde eu era. Brenda de Ibiá, Minas Gerais, do triângulo mineiro... mas acho que não era isso que ela queria saber.

-Brenda... daqui! - foi o que saiu - sou filha da Marizia.
Ah, bom. Ela sorriu e abriu a porta. Olhei à volta, na esperança de ver algo que pudesse identificar o alvo... mas ele não estava. Entreguei o documento, falei meia dúzia de palavras e saí apressada, tentando fugir da chuva da penúltima sexta-feira de abril de 2010.

21 de abril de 2010

Os 18 Mandamentos da Atriz

Seguindo os moldes das revistas femininas, seguem OS MANDAMENTOS DA ATRIZ - em um dia de trabalho.

1. Esteja com as axilas bem depiladas. Afinal, ninguém quer um sovaco de coentro no meio da cena! Meia-perna e buço também são imprescindíveis.

2. Corte o pé de uma meia-calça e leve consigo uma touca sensacionalmente funcional (para o caso de ter que usar uma peruca).

3. Dizem que "sutiã bege é coisa de tia velha". Mas não em dia de gravação, ou no teatro. Vá de bege, pois cor da pele é curinga. E use calçados confortáveis, com solado aderente e que não machuquem os pés.

4. Mantenha as unhas sempre curtas e bem feitas com esmalte clarinho (Renda).

5. Cabelos devem estar limpos e secos. Se você for uma mulher de muitos penteados, use o mesmo com o qual foi vista no teste ou registro de imagem.

6. Tome bastante cuidado com o figurino. Atenção para não manchá-lo ou danificá-lo acidentalmente.

7. Depois do break pro cigarro, é elegante lavar as mãos, escovar os dentes e borrifar em si algum neutralizador de odores. Afinal, fumar e chupar uma balinha é como cagar e sentar num sabonetinho.

8. Itens indispensáveis na sua necessaire: escova de dentes, fio dental, lencinhos umedecidos, desodorante, hidratante, trecos pro cabelo (substâncias + acessórios), maquiagem básica (corretivo, base, pó, blush e rímel) e PROTETOR SOLAR PRO ROSTO (sempre, todo dia!).

9. Descubra qual o seu perfil (executiva, mãezinha, sexy, etc) e explore-o (em fotos). Divulgue. Mande por email. Venda-se.

10. Somente prometa o que pode cumprir. Não deixe ninguém esperando, no trabalho.

11. Deixe seus problemas pessoais fora do seu ambiente de trabalho. Faça bom uso do seu profissionalismo.

12. Saiba seu texto de trás pra frente. Estude antes, e muito. Sinta-se exageradamente segura depois de tanta prática. Isso vai ajudá-la a fazer tudo com presteza e eficácia. Serviço bem feito deixa todo mundo satisfeito! Deixe o foco no seu TRABALHO, não no seu EGO. Sinta a delícia de trabalhar fazendo o que gosta. Faça bem feito e agradeça.

13. Não tenha pudores em relação a hierarquias (dentro de um estúdio, set, etc). Claro que existem, mas lembre-se que todos tem sua importância interligada. Não tenha vergonha de dizer "não entendi". Pergunte quantas vezes achar necessário; de preferência, direto ao diretor. Pense na teia de funções por trás de você, e facilite tudo que puder. Diga não ao amadorismo.

14. Um pouco de bate-papo é bom pra quebrar o gelo, mas deve ser curto e discreto. Seja simpática, sem forçar. Não é um crime conversar com seus colegas, desde que esteja atenta às ordens superiores para atendê-las rapidamente. Saiba que algumas equipes são formadas só por gente boa, enquanto outras cumprem o protocolo e só (não desenvolvem vínculos). Jamais tenha a falta de ética de revelar cachês ou perguntar valores, para fazer comparações com colegas.

15. Se por algum motivo sentir-se lesada ou ofendida com algo, conteste. Claro. Porém seja discreta e pontual, para SOLUCIONAR problemas, e não alimentar DISCÓRDIAS.

16. Gravando! Evite todo tipo de dispersão. Você é (bem) paga pra ficar concentrada no seu trabalho. Quando estiver falando palavras ou frases que vão aparecer na legenda do filme, use as mãos para indicá-las. E lembre-se sempre de apontar da direita pra esquerda (direção correta, na visão do espectador).

17. Existem tantas estrelas no céu e nenhuma encobre a outra, pois tem espaço para TODAS brilharem. O mesmo vale para nós atrizes... atores, e afins. Seja GENEROSA, sempre.

18. Faça o que ama... e ame o que faz! Está aí O SEGREDO DA FELICIDADE!

15 de abril de 2010

Expectativa

Pra ver alguma coisa possivelmente dar errado é só botar muita expectativa. Ontem fui ao cinema pra assistir ao filme "O segredo dos seus olhos", crente que veria algo estupendamente espetacular. Foi o que tantos disseram, e eu cri.

Começou. E nada. Cena vai, cena vem. E não começava. Eu lá, esperando. Otimista, cheia de expectativa. "Deve ser um filmaço!", pensava comigo. E nada.
Um barulhinho começou suave e foi subindo o tom: era meu namorado roncando baixinho, à vontade na poltrona. "Eu entendo", pensei, sobre sua jornada da sétima arte direto pro oitavo sono.
Enquanto isso, na tela, Ricardo Darín, com aquela cara inchada de cachaça (mas parece!), escrevia um livro sobre um assassinato que nunca saiu da sua cabeça... investigação, traminhas baratas. O filme todo em flash back. Não que eu tenha algo contra flash back, imagina. Até gosto. Minha bronca é com todo o resto do enredo, mesmo.


Aí chegou a hora de alguma revelação. Silêncio total na tela, no cinema... e o ronquinho do meu bem ecoava pelas fileiras. Dei-lhe uma leve cutucada. Ele logo acordou e perguntou:
-O que foi (interrogação)

PS.: Ainda não achei o ponto de interrogação no meu teclado. Estou, desde dezembro de 2009, sem fazer perguntas. Se alguém souber como colocar este acento, por favor escreva para brenda.ligia@hotmail.com - o modelo do meu lap é DELL Inspiron, se é que isso é um dado essencial. Obrigada!


Concluindo a história: em nenhum momento eu quis que "O segredo dos seus olhos" acabasse logo, pois minha esperança ainda dizia que algo surpreendente iria acontecer para justificar tanto barulho em volta do filme (olha a expectativa lá no alto!). É claro que é bem conduzido, tem ritmo, tem um plano sequência que é de impressionar (surreal)... mas não me tocou. E olha que ganhou Oscar de melhor filme estrangeiro e tudo! Tá vendo só, como nem tudo que reluz é ouro...

13 de abril de 2010

A enfermeira paciente

Imagine uma enfermeira em pleno exercício da função, que começa a passar mal e... tem um princípio de piripaque. Claro, no bom sentido. Se é que existe um.
Pois bem, aconteceu com minha mãe. Pobrezinha, sentiu dores no peito e a pressão subiu muito; fez eletrocardiograma e exame de enzimas. Por pouco não ficou internada. Nesse ínterim, houve mobilização geral. Filhos, netos, colegas de trabalho.


Meu irmão do meio, o figuraça Arthur Eustáquio, me disse:
-Falei com a enfermeira Rose e ela me tranquilizou bastante. Deve ser bem experiente nisso.
E eu:
-É, tranquilizou tanto que em 5 minutos você saiu do trabalho e veio me buscar para irmos visitar a mamãe.
RISADAS DO AUDITÓRIO
(primeira piada do episódio "A enfermeira paciente")


No caminho pra zona noroeste da cidade, obviamente, nos perdemos. Cada posto de gasolina ou ponto de taxi que passava, eu sugeria que parássemos para perguntar. E ele, nada.
-Não entendo o porquê dos homens relutarem para pedir informações quando estão perdidos!
E ele:
-A gente não pergunta porque vocês já chegam contando pra todo mundo que teve até que parar pra perguntar. E sempre tem alguém pra explicar que era só pegar tal rua até tal ponto, e a gente fica com cara de tacho.
RISADAS DO AUDITÓRIO


Enfim, paramos pra perguntar. Ele bufava. Enquanto o frentista pensava na resposta, ele chiava, resmungando:
-Ih, olha a cara desse aí... tá na cara que não sabe o caminho. O cara nem mora aqui.
RISADAS...
E eu ria tanto, mas tanto que nem parecia que estávamos indo visitar a mamãe no hospital.


Meu irmão é muito engraçado! Traz uma leveza infinita para todo e qualquer momento! Uma bênção, raio de luz!


E, se existem "pequenas sacanagens" veladas que só irmãos podem fazer entre si, foi o que fiz assim que chegamos lá. Na primeira oportunidade de responder se havíamos chegado bem, falei:
-Ih, mãe, a gente ficou rodando quase meia hora... tivemos até que parar pra perguntar!
E ela:
-Era só pegar a Inajar até o final, Arthur!
RISADAS FINAIS. Fim do Episódio "A Enfermeira Paciente".
__________________________________________
E GRAÇAS A DEUS mamãe vai bem, obrigada.
Não ficou internada. Foi só susto, não foi nada.

11 de abril de 2010

Saiba com quem está lidando

Nasci numa maternidade mineira, mudei pra uma cidade baiana, fiz amigos sionenses num colégio paulistano, aprendi língua estrangeira numa escola suíça, morei no alojamento de uma universidade caribenha, mas me formei numa brasileira, mesmo (obrigada, papai).
Atualmente moro na capital pernambucana. É isso!
PORMENORES DA MINHA PESSOA FÍSICA:
Aos 3, fazia xixi nas botas ortopédicas.
Aos 6, afanei uma roupinha da Barbie da vizinha (no valor de 1 cruzado novo). Me arrependi do crime, e desde então tenho andado do lado dos justos.
Aos 7, passei Henê Marú para alisar os cabelos pela primeira vez.
Aos 10, queria ser paquita da Maria das Graças Xuxa Meneghel.
Aos 13, dei o primeiro beijo. O rapaz tinha hálito puro de atum, pois comera o sanduíche com patê servido na festinha de então (em Ibiá, MG).
Aos 15, trouxe um Mickey Mouse enorme da Disney, que ficou entulhando meu quarto quase rosa por anos.
Aos 16, senti a delícia de pisar num palco. A adrenalina da comédia me causou um certo piriri na coxia. Desde então, nunca mais parei.
Aos 20, só queria saber de festa, festa, festa... me canso só de lembrar.
Aos 22, trabalhei no aeroporto internacional de SP e tinha que acordar às 4 da manhã para pegar o ônibus fretado e fazer o check-in das 6am. Conheci o Tarcísio Meira.
Aos 24, não me lembro. Só sei que dava aulas nas escolas de inglês de SP.
Aos 27, fui assaltada pela primeira vez, em Olinda. O ladrão, bonzinho, ainda devolveu meu RG e o dinheiro da condução. No mesmo dia, conheci meu futuro marido.
Aos 29, faltei pela terceira vez no meu próprio aniversário. Amigos ficaram com uma baita duma réiva,então decidi que não vou mais fazer festa de aniversário (minha). E não gosto de bolo com glacê.
Aos 30, sem saber, saí da faixa etária que dá direito a tomar a vacina contra a gripe suína, H1N1.
A SEGUIR, FASES DA MINHA VIDA:

Frustrações da meninice: não ter usado aparelho nos dentes nem quebrado o braço, pros coleguinhas escreverem no meu gesso "Brê, te adoro".

COISAS DAS QUAIS NÃO GOSTO:
-PALMITO
-AXÉ
-PETS
-FRIO
e... (pasme)
-COPA DO MUNDO

8 de abril de 2010

Voadero Clube

Quatro músicos se juntam para tocar um som da pesada. Munidos de baixo, sax, bateria e guitarra, os jovens rapazes do Voadero Clube prometem fazer "música para dançar e voar". Eles (ainda) não tem página no Myspace, muito menos cd gravado. Simplesmente porque a banda "nasceu ontem": foi o primeiro show, no Bar B, centro de São Paulo. Flanaram do jazz ao afro-beat num tilintar de dedos, e a torcida vibrou.

Na base do improviso, os profissionais (da melhor qualidade) conseguem captar a vibração do momento, da casa, do público e deles próprios. Falam através da música. Divertem tocando e fazendo dançar (e voar!). São harmônicos. Leves. Ousados. Criativos. Suingados.
Eles tocam com a alma. E a gente escuta com o coração.


VOADERO CLUBE - música para dançar E VOAR...


Em abril, quinzenalmente, no Bar B (http://www.barbsp.com.br/)





7 de abril de 2010

Espetáculo!

















A fotógrafa Mari Maciel (amiga!) foi assistir Diálogos de Escovas de Dentes






Antes de entrar em cena, todos os sábados e domingos, nos reunimos em círculo no centro do palco para fazer a seguinte oração. É poderosa e revigora! Acredite e experimente.






SOU ALEGRE, PERFEITO E FORTE
TENHO FÉ E MUITA SORTE
SOU FELIZ, INTELIGENTE
VIVO POSITIVAMENTE
TENHO PAZ E SOU UM SUCESSO
TENHO TUDO QUE EU PEÇO
ACREDITO FIRMEMENTE
NO PODER DA MINHA MENTE
PORQUE SEI QUE TEM UM DEUS LÁ
NO MEU SUBCONSCIENTE
ANJO DA GUARDA, DOCE COMPANHIA
NOS PROTEJA DE MANHÃ, DE TARDE, DE NOITE
E PRINCIPALMENTE AGORA!

Agradeço ao amigo ator e grande comediante Rapha Véles por me ensinar essa oração. E tantas outras coisas, enfim! Você e Óbvios pra sempre no meu coração... Xabura!


O CRIADOR (sentado, director Wagner D'avilla) e as CRIATURAS: -Lenda Brígia, o alter ego; -Rodrigo Caetano, o preferido; -Gabi Cywinski, a felina; -Ariane Ferrari, a gostosa; -André Vasco, o famoso; -Marcelle Kaiser, a Barbie; -Antonio Ranieri, o costa-quente; e Bruno Mograbi, o "meu" noivo.

MERDA!

5 de abril de 2010

A Bruna Surfistinha

Em resposta A BRUNA SURFISTINHA - de Brenda Ligia para Raquel Pacheco
Era a última diária de trabalho do longa-metragem. Frisson no set com cenário incrível e muita gente na filmagem noturna, puxada e postergada pela cidade encharcada (lembre das enchentes do ano passado, um Deus nos acuda).

A senhorita amada Deborah Fialho Secco, que na ocasião também atendia por Bruna e Raquel, sabia sobre minha vontade de conhecê-la; a verdadeira. A criadora causadora de tanta mobilização.

Assim que Raquel, a verdadeira, entrou no set, fomos ao encontro dela. Fiquei "afro-bege" com o que vi: eu estava diante de uma menina. Juro. Tímida.

Dei um abraço nela, que sorriu com os olhos. Estava ali, de peito aberto, sem máscaras. Sem fazer tipo. Isso é algo que admiro nas pessoas, Raquel. Que bom que você é assim.

PAUSE- flash back reflexivo- momento LIV ULLMANN
Há algum tempo, eu DE-VO-REI o livro "Mutações", escrito pela sensacional Liv Ullmann (amei o presente, cunhada!). Uma brilhante atriz, diretora, mãe... grande mulher.

Quando acabei de ler, quis imediatamente BATER UM PAPO com ela. Isso mesmo, com a Liv (que deve morar na Noruega, ou algum lugar desse naipe).

O fato é que me sentia íntima dela; quase melhor amiga de infância de alguém cuja biografia me encantou!

PLAY - narrativa sobre BRUNA SURFISTINHA - ou melhor, RAQUEL PACHECO
Contei a ela que tinha devorado seu livro "O Doce Veneno do Escorpião" (vendagem de 250 mil exemplares, imagina!), que era um prazer conhecê-la, que sua vida era coisa de cinema, e tal.
Em seu olhar vi simplicidade e ingenuidade, que cativam.
Que possamos, em breve, nos encontrar para um café; vamos bater papo à tôa, já que a vida é tão boa, menina Raquel.

4 de abril de 2010

Verdade cênica


Todos os sábados e domingos aquela atriz se apresentava naquele mesmo teatro. No pico dramático do espetáculo, entrava em cena. De costume, fazia bonito no palco. Mas naquela noite, a última, fez diferente.
Entrou ainda mais de verdade. Mergulhou no poço profundo da personagem perdida e se encontrou lá dentro. Só existia aquela vida do palco, a cena da separação.

A dor. A ruptura. O vazio. Ela personificou tudo isso.
A plateia ficou estaticamente hipnotizada por ela, colossal, que estava do tamanho do mundo. Quem não a conhecia, sentia. E quem a amava sentia ainda mais. Ela pulsava, e toda a gente doía junto.
Eu, semi vestida de vestido de noiva, olhava tudo da coxia, com meu coração apertado no peito desnudo. Ela ardia em cena. Brotaram as lágrimas que respingaram em todo o teatro.

Oscar Wilde dizia que a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida.

31 de março de 2010

Doce Orgulho com Entardecer

Em consequência do meu "projeto-mocinha", fútil e secreto, fui à manicure pela terceira semana consecutiva. Notam-se dois resultados diretos:
PRIMEIRO- cutículas visivelmente enfraquecidas pela incessante (e dolorosa) luta contra afiados alicates de unha e espátulas indecorosas;
SEGUNDO- uma certa intimidade (caminho sem volta!) com as habitués do salão, o que impossibilita uma eventual leitura do jornal.

Tem uma cliente em especial que atormenta minhas idas ao salão de beleza. É uma só, mas fala por dez. Não suporta a companhia de si mesma. E provavelmente ama o som da sua própria voz. Incomoda até na internet (sim, pegou meu email há 3 semanas, e desde então acumulo correntes com as mais diversas orações e piadas para todos os gostos, AFF).

Hoje, enquanto lia sobre a "gangue da bicicleta" que assalta transeuntes na Avenida Paulista, ela dizia:
-Brenda, você tem que ir no Vila Country "de" quinta ou domingo!
-Mas só amarrada! - retruquei, simpática.
Pior que ir ao Vila Country ouvir sertanejo é ir com ela, aff!- pensei, enquanto virava a página.

Em outro caderno lia sobre o jovem e premiado diretor de cinema Esmir Filho, cujo filme estreia sexta-feira. E ela não para.
-Tá escrito duende aí... ué, será que um marmanjão desse tamanho acredita em duende! -gritou, polarizando atenção para o trecho que leu do nome do filme, "Os Famosos e os Duendes da Morte". Tudo era pretexto pra puxar conversa, que golpe baixo. Achei melhor fingir que não ouvi essa.


Mas ela não desiste: resolveu contar por que estava triste (jura!).
Não posso mais ler nesse salão de cabeleireiros, pensei, guardando o jornal na bolsa.
Sem tempo nem para me olhar nos olhos, contou a história da sua prima que deixou seu bebê para o pai da criança cuidar, porque ela trabalhava muito e não tinha tempo pro próprio filho. Perguntou o que eu achava, já emendando sua própria resposta: o bebê estava muito melhor cuidado lá, com a presença da avó paterna.

-Ah... -sussurrei num tom de alívio forjado que fez me sentir ridiculamente hipócrita. O desconforto durou o tempo da próxima gorfada verborrágica:
-E o BBBesta ontem, hein! Graças a Deus que o Dourado ganhou. Eu e minha irmã votamos o dia inteiro. Se bem que ele já era carta marcada pra ganhar, só por ter tatuado o símbolo do Big Brother, imagina!

Ah nããão! Vergonha alheia! Já não bastava o fato de eu ter que lidar com minha própria culpa por ter ficado SIM na frente da TV até o final do programa, mesmo sabendo que nada muda na minha vida agora que um cara de nome Marcelo Dourado ficou milionário. E que, se qualquer um dos outros 2 tivessem vencido, tampouco iria me importar. Ainda assim, assisti a final do Big Brother (pronto falei). Pelo menos eu não votei! Como se isso fizesse de mim uma pessoa pior, ou melhor... enfim: eu só queria fazer as unhas e ler meu jornal em paz, sem ter que me fingir minimamente interessada nas baboseiras daquela mulher. Escolhi uma camada de esmalte Doce Orgulho coberta com Entardecer, na certeza de que não piso mais naquele salão quando a madame que engoliu vitrola estiver por ali.

30 de março de 2010

Estreia no Cinema

Página do Cinema: As Melhores Coisas do Mundo
Laís Bodanzky aborda a vida dos adolescentes
Depois dos elogiados “Bicho de Sete Cabeças” e “Chega de Saudade”, Laís Bodanzky estreia “As Melhores Coisas do Mundo” dia 16 de abril. Adaptou para o cinema os livros de Gilberto Dimenstein, e, como não poderia ser diferente, o elenco é formado basicamente por caras novas, com exceção de Caio Blat e Paulo Vilhena: Brenda Ligia, Paula Preta, Francisco Miguez e Gabriela Rocha, entre outros.




No set de filmagem com a diretora Laís Bodanzky (fofíssima, talentosérrima e pessoa deliciosa).

Clara

Tenho uma amiguinha criança chamada Clara. Ontem, serelepe que só, mostrou-me, saltitante, que sabia fazer "vampirinho". Trata-se de uma modalidade "caretística" que consiste em tapar o lábio inferior com a arcada dentária superior, deixando à mostra apenas os caninos. Neste caso, um deles completamente mole, prestes a cair. Cutuquei seu dentinho de leite; me deu aflição. Ela riu. Soube que a família inteira se mobilizava em prol daquele dente capenga, temendo o risco de que o engolisse. Cruz credo!

Pois bem; Deus escreve certo por linhas tortas, mesmo. Chegou o momento da criança dentro de mim finalmente fazer gracinha para Clara. Peguei um pequeno cachorro de pelúcia que supostamente imitava o cão real da família (o Pixel) e coloquei-o no chão, como se conversasse com o exemplar vivo de sua raça. Clara, participativa, aproximou-se para dar pitaco no diálogo imaginariamente canino. Subi ao alto dos meus 178 centímetros, e, comigo, veio minha bolsinha levemente parruda, que acertou milimetricamente o canino de Clara, parte atuante do discurso também canino.

Foi tudo muito rápido. Ela começou a gritar. Eu quase. Daí caiu uma pocinha de sangue no assoalho da sala. Aí sim: ela começou a gritar. Chamei sua mãe, mas só o cachorro veio. Lambeu o sangue, como quem apagasse as evidências coaguladas. Levei Clara ao banheiro e lavei sua boquinha, tadinha. Da área de serviço, Dona Catarina (a babá que vende Avon) gritava: "Vê se a menina engoliu o dente!". Até que chegou o irmãozinho e entregou-lhe o dente, triunfante. Então ela parou de chorar. Eu voltei a respirar. E foi assim que uma simples bolsada derrubou o dentinho de leite da filhinha da minha amiga!


PS.: Desde que a comédia Diálogos de Escovas de Dentes estreiou, tenho notado no meu blog diversos posts sobre dentes, siso, dentista, etc... é, no mínimo, curioso! Embora não proposital.